Quais são os principais tipos de choques elétricos?

Em um mundo onde a eletricidade é cada vez mais presente no nosso dia a dia, conhecer os principais tipos de choques elétricos é importante para se prevenir de acidentes

O choque elétrico, por definição, é o conjunto de perturbação de natureza e de efeitos diversos que se manifestam no organismo humano quando este é percorrido por uma corrente elétrica.

De acordo com dados da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), apenas no 1º semestre de 2022 foram contabilizadas 949 ocorrências envolvendo situações de curtos-circuitos, fugas de corrente, dimensionamento incorreto das instalações e outros fatores que podem resultar em choques elétricos – o maior número registrado desde o início da contabilização, em 2016.

O total de fatalidades neste mesmo ano foram de 384, inferior ao ano anterior (402), mas que ainda assim um número alarmante, tendo em consideração que no país a legislação referente a atividades elétricas indica que devam existir parâmetros bem delimitados para que se possa trabalhar com segurança.

Para quem trabalha diretamente com eletricidade, conhecer quais são os principais tipos de choque é muito importante para se prevenir. Vamos lá?

O que é um choque elétrico?

Antes de nos adentrarmos nos tipos de choques elétricos, vamos entender melhor o que é considerado um deles.

Dentre os principais sintomas de choques elétricos, podemos destacar:

• Inibição dos centros nervosos, inclusive dos que comandam a respiração produzindo parada respiratória;
• Alteração no ritmo cardíaco, podendo produzir fibrilação ventricular do coração e uma consequente parada cardíaca;
• Queimaduras profundas, produzindo necrose do tecido, ossos, músculo, órgãos etc.;
• Alterações do sangue provocadas por efeitos térmicos;
• Perturbação no sistema nervoso;
• Contrações musculares;
• Eletrólise no sangue;
• Retenção sanguínea.

Como é possível ver, não é apenas o sistema nervoso que pode sofrer alterações com os choques elétricos. O corpo todo está suscetível a paradas e alterações que podem ocasionar, inclusive, uma fatalidade.

No entanto, os efeitos destas perturbações dependem de, dentre outros fatores, o percurso da corrente elétrica no corpo, a intensidade da corrente, o tempo de duração do choque, a área de contato, a pressão de contato, a espécie da corrente elétrica, e as condições individuais de cada indivíduo, como o uso de próteses, marca-passos etc.

Conforme é indicado na tabela acima, a percepção e os efeitos das correntes elétricas variam muito de acordo com a intensidade da corrente e até mesmo o sexo da pessoa.

>> Saiba melhor quais são os efeitos dos choques elétricos no corpo humano <<

Tipos de choque elétrico

Choques estáticos

Neste caso, ele é provocado por uma eletricidade estática que permanece em certas superfícies, decorrentes de atritos ou efeitos capacitivos. Acontece, por exemplo, quando tocamos na lataria de um automóvel que acabou de ser desligado e sentimos um “golpe” de formigamento ocasionado pelo choque. 

O choque estático pode acontecer também quando dois indivíduos, com cargas estáticas diferentes, se cumprimentam. Por ter curta duração, normalmente não oferece maiores riscos, exceto quando a carga acumulada seja tão significativa a ponto de provocar faíscas que podem ser nocivas em ambientes ressecados. 

Uma curiosidade: os choques de eletricidade estática ocorrem com mais frequência no inverno, quando a maioria das pessoas utilizam roupas de lã sintética.

Choques dinâmicos

Esse é o choque tradicional, aquele em que a pessoa entra em contato direto com a fonte energizada e fica em exposição ao choque enquanto a rede estiver fornecendo energia, ou enquanto a pessoa que estiver em contato não se desprender. Trata-se do choque mais convencional e também o mais perigoso, tanto pela intensidade quanto pela duração do contato.

Aqui, lembramos do caso clássico de choque em uma tomada comum com isolamento deficiente ou o contato com aparelhos eletrônicos diversos com defeitos ou falta (irregularidades) de aterramento, que fazem a vítima “grudar” (contração muscular) no ponto de contato até que a fonte de alimentação do equipamento seja desligada da tomada.

O choque dinâmico pode causar de pequenas a irreparáveis lesões, ou até mesmo à fatalidade.

Descargas atmosféricas

As descargas atmosféricas são os famosos raios. Estes podem atingir diretamente ou não a pessoa, e em grande maioria dos casos, ocasionam queimaduras e até a morte. O choque elétrico pode ter várias causas, podendo envolver a falta de atenção, problemas com equipamentos, falta de proteção contra descargas elétricas, e uma outra grande falha está na ausência de aterramento.

>> Conheça como diminuir os riscos de trabalhos com eletricidade em tempo chuvoso <<

Como evitar acidentes envolvendo choques elétricos?

É importante que ao manusear aparelhos eletrônicos você utilize, por exemplo, calçados de borracha. Isso pode amenizar e até mesmo impedir o choque dependendo da sua intensidade.

Usar aparelhos eletroeletrônicos próximo a ambientes com água também é perigoso. Falar ao celular conectado à tomada e tocar no chuveiro elétrico enquanto ele estiver ligado são também algumas das causas comuns do choque elétrico.

Por isso, fazer a revisão constante de equipamentos e de instalações elétricas é essencial para evitar choques. Caso você trabalhe ou esteja em contato direto com instalações elétricas durante o seu trabalho, a NR-10 é a norma que rege as recomendações para evitar acidentes com eletricidade.

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