Aterramentos elétricos: tipos, importância e escolha adequada para cada situação

Conheça os diferentes tipos, saiba como a NR-10 regulamenta o seu uso em sistemas elétricos e descubra as vantagens e desvantagens de cada um para escolher o tipo certo para cada situação

Aterramento NR-10

O aterramento elétrico é uma das medidas de segurança mais importantes em um sistema elétrico. Ele é utilizado para garantir que as correntes elétricas que circulam na instalação elétrica tenham um caminho seguro para o solo, caso haja uma falha no sistema. Sem o adequado, as pessoas e equipamentos conectados à instalação elétrica podem sofrer danos ou até mesmo risco de vida.

>> Conheça os principais tipos de choques elétricos no nosso artigo sobre o tema <<

Existem diferentes tipos, cada um com suas próprias características e finalidades específicas. Os três tipos mais comuns são o TN, TT e IT.

Principais tipos de aterramentos elétricos

Aterramento TN (Terra-Neutro)

O aterramento TN (Terra-Neutro) é o mais utilizado em instalações elétricas. Ele é caracterizado pela ligação do condutor de proteção diretamente ao eletrodo de aterramento, que é conectado ao solo. O TN é dividido em três subclasses: TN-C, TN-S e TN-C-S.

  • O TN-C é utilizado em instalações mais antigas, onde o mesmo condutor é utilizado tanto para o neutro quanto para a proteção. Essa prática foi proibida em instalações novas devido aos riscos de choque elétrico;
  • O TN-S é o mais utilizado atualmente, onde o condutor de proteção é separado do condutor neutro e é ligado diretamente ao eletrodo de aterramento;
  • Já o TN-C-S é uma combinação dos dois, onde em alguns pontos o mesmo condutor é utilizado para o neutro e a proteção, e em outros, eles são separados.

Aterramento TT (Terra-Terra)

O aterramento TT (Terra-Terra) é utilizado em sistemas onde o neutro não é conectado diretamente ao eletrodo de aterramento. Nesse tipo, o neutro é conectado a um ponto próprio, enquanto o condutor de proteção é conectado diretamente ao eletrodo de aterramento.

O aterramento TT é mais seguro do que o TN, já que em caso de falha no sistema, não há risco de sobretensões perigosas. No entanto, ele é mais caro e complexo de ser instalado.

Aterramento IT (Isolado-Terra)

O aterramento IT (Isolado-Terra) é utilizado em sistemas onde a corrente de falha é muito baixa e não apresenta risco para as pessoas. Nesse tipo, não há conexão direta entre o eletrodo de aterramento e a fonte de energia. Em vez disso, um transformador é utilizado para isolar o circuito da rede elétrica e criar uma tensão de terra artificial.

O que dizem as Normas Regulamentadoras sobre aterramentos?

A NR-10 é uma norma regulamentadora do Ministério do Trabalho que estabelece as condições mínimas de segurança e saúde para o trabalho em instalações e serviços em eletricidade. Ela tem como objetivo garantir a segurança dos trabalhadores que atuam em instalações elétricas e prevenir acidentes.

A norma estabelece que as instalações elétricas devem ser aterradas e que a escolha do tipo de aterramento deve ser feita de acordo com as características do sistema elétrico e os riscos envolvidos. Além disso, a NR-10 exige que os equipamentos de proteção individual (EPI) sejam utilizados adequadamente pelos trabalhadores e que sejam realizadas inspeções periódicas nas instalações elétricas.

A escolha depende de diversos fatores, dentre os quais:

  • As características do sistema elétrico;
  • as cargas a serem alimentadas;
  • o tipo de ambiente onde a instalação será realizada e
  • as normas regulamentadoras que devem ser seguidas.

Vantagens e desvantagens dos tipos de aterramentos

Algumas das principais vantagens do aterramento TN são a simplicidade e facilidade de instalação, a economia em relação a outros tipos e a capacidade de proteger as pessoas e equipamentos contra choques elétricos. No entanto, ele apresenta algumas desvantagens, como o risco de sobretensões em caso de falha no sistema.

Já o aterramento TT é mais seguro do que o TN, já que em caso de falha no sistema, não há risco de sobretensões perigosas. No entanto, ele é mais caro e complexo de ser instalado, o que pode tornar a sua utilização inviável em algumas situações.

>> Saiba 10 prevenções para eletricistas e não-eletricistas evitarem choques elétricos <<

O aterramento IT é mais adequado para sistemas de baixa tensão e corrente, onde o risco de choques elétricos é baixo. Ele apresenta a vantagem de isolar o circuito da rede elétrica e criar uma tensão de terra artificial, o que garante a segurança das pessoas e equipamentos conectados à instalação elétrica. No entanto, ele é mais caro e complexo de ser instalado, o que pode tornar a sua utilização inviável em algumas situações.

Em conclusão, o aterramento elétrico é uma medida de segurança essencial em um sistema elétrico e a escolha do tipo adequado para cada situação deve ser feita de acordo com as normas regulamentadoras e as características do sistema elétrico.

A NR-10 é uma norma importante que estabelece as condições mínimas de segurança e saúde para o trabalho em instalações e serviços em eletricidade e a sua implementação é fundamental para garantir a segurança dos trabalhadores.

Se você deseja se aprofundar ainda mais no assunto, recomendamos o curso de NR-10 Complementar da Beta Educação, que oferece um conteúdo completo e atualizado sobre as normas regulamentadoras e a segurança em instalações elétricas.

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5 respostas para “Aterramentos elétricos: tipos, importância e escolha adequada para cada situação”

  1. Avatar de Trayahú Moreira
    Trayahú Moreira

    Bom dia.
    Em geral, gostei ao retratar a importância do aterramento e os tipos. Todavia, considero o tipo de aterramento TN-S como o mais eficiente pelas seguintes razões: 1) Condutores neutro e proteção distintos; 2) O condutor de proteção praticamente no mesmo potencial do aterramento da fonte de alimentação, pois estão conectados no aterramento da fonte (NEUTRO). Praticamente a diferença de potencial entre N-PE é pequena. Enquanto no tipo T-T ocorre aterramentos distintos e dependendo das circunstâncias a diferença de potencial poderá comprometer a segurança (classe de isolamento dos equipamentos) das instalações elétricas e das pessoas. Um abraço.

  2. POIS E, SEGUNDO ALGUNS ESTUDOS , O SISTEMA MAIS EFICIENTE PARA NOSSO CASO, É O SISTEMA TN-C-S, POIS NA PRATICA O QUE CHAMAMOS DE TN-S NA VERDADE SEMPRE É CRIADO A PARTIR DO CONDUTOR ”PEN” . NO CASO DO SISTEMA TT, REALMENTE HA A QUESTAO DE SE CRIAR UMA DDP ENTRE OS DISPOSITIVOS.,, O QUE NAO ACONTECERIA OU PELO MENOS SERIA MUITO REDUZIDO NUM SISTEMA EQUIPOTENCIALIZADO(TN-C-S).

  3. Avatar de Severino Ramos da Silva
    Severino Ramos da Silva

    Boa tarde a todos eu chamo Severino só eletricista residencial gosto muito de tá atualizado subir os a terra metros obrigado um abraço e iso

  4. Parabéns ao Tópico comentado, pois é muito esclarecedor. Comento porém, em todo caso, que o sistema TN e suas variantes, quais sejam utilizadas, sempre estará interconectado entre TERRA e NEUTRO, e a partir de então, qualquer situação de fuga de corrente será percebida pelo NEUTRO, ainda que não venha a sobrecarregá-lo. Contudo se faz necessário entender que uma corrente de fuga é diferente de uma corrente de falta, aonde uma relativa corrente de fuga será facilmente absorvida pelo circuito de aterramento, sem fazer atuar nenhum dispositivo de proteção junto ao circuito de neutro, mas por outro lado, uma corrente de falta logo se assemelha a uma corrente de curto circuito, e sendo este o caso o dispositivo de proteção/seccionamento, caso exista, irá atuar pois neste exemplo a corrente vai depender da referência de NEUTRO e não seguirá em fuga para o ATERRAMENTO.

    Já um Sistema de Aterramento TT, não sofre a influência da comunhão junto ao NEUTRO da instalação, no entanto traz maiores observações, tipo a análise da resistência do eletrodo de aterramento, além da obrigatoriedade das medidas de proteções auxiliares (DR, IDR …).

    Já no Sistema IT, ainda mais complexo, e considerados em casos bem específicos nestes casos (locais de cirurgia, data-centers, torres de comunicação) prevê, entre outras medidas, a implementação do dimensionamento da Impedância junto ao ponto de conexão com o NEUTRO da instalação, de forma a não permitir o seccionamento automático da Instalação de Entrada do estabelecimento, sem que antes a eventual corrente, seja esta, Corrente de Falta ou Corrente de Fuga, possa de fato romper com o limite da Impedância uma vez dimensionada.
    Abçs…

    1. Avatar de Deonir Priotto
      Deonir Priotto

      Bem explicado.Resaltando que,em tn-s, na corrente de fuga, o Dr atua e na de falta,com corrente de curto o seccionamento se dá pelo disjuntor…

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