Quais os principais riscos que as doenças respiratórias oferecem no dia a dia de trabalho?

Não importa qual seja a indústria que você trabalha: as doenças respiratórias estão presentes na exposição a diversas partículas.

doenças respiratórias

As doenças respiratórias podem se agravar em determinados indivíduos dependendo do ambiente de trabalho e dos fatores de risco a que estão expostos diariamente.

É simples pensar essa lógica: no dia a dia, estamos a maior parte do tempo nos ambientes de trabalho, e quando qualquer risco para os nossos pulmões, por menor que seja, faça parte dessa rotina, as doenças no futuro podem se agravar para possíveis doenças respiratórias.

Em geral, as doenças respiratórias relacionadas ao trabalho são causadas pela exposição a certos contaminantes por um longo prazo e tem efeitos duradouros, até mesmo após o término dessa exposição.

Por exemplo, partículas de ar por muitas fontes, como é o caso do ambiente de trabalho em muitas fábricas que têm chaminés ou campos de mineração, podem facilmente causar danos aos pulmões, uma vez que elas são facilmente inaladas.

Doenças respiratórias mais comuns no trabalho

A fim de informar e conscientizar melhor os gestores, técnicos em Segurança do Trabalho, médicos ocupacionais e trabalhadores, separamos algumas das principais doenças respiratórias que são diagnosticadas no âmbito ocupacional:

Asbestose

Quando uma pessoa respira pequenas fibras de amianto, é causada essa condição. Com o tempo, isso leva a cicatrizes pulmonares graves, e o tecido pulmonar que em regra é mais fibroso e flexível, torna-se rígido. A doença está muitas vezes relacionada com o trabalho na Construção Civil.

Pneumoconiose do trabalhador de carvão ou doença pulmonar negra

Como o próprio nome já indica, essa condição é causada pela inalação de pó de carvão. Como consequência, pode causar inflamação pulmonar e cicatrizes, com danos pulmonares duradouros (permanentes) e falta de ar.

Silicose

Essa doença ocorre quando há a inalação de sílica cristalina que é transportada pelo ar. Esse composto é uma poeira encontrada com frequência no ar de minas, de fundições e de operações de detonação, mas também pode ser encontrada no ar das instalações de fabricação de pedra, argila e vidro. Além de causar cicatrizes nos pulmões, também pode aumentar o risco de outras doenças pulmonares.

Bissiniose

Já essa condição é causada pela inalação de poeira do processamento de cânhamo, linho e algodão. Geralmente, os sintomas são aperto no peito e falta de ar, e afeta principalmente os trabalhadores têxteis, especialmente os que trabalham com algodão bruto.

Pneumonite por hipersensibilidade

É causada pela inflamação dos pulmões que ocorre quando você respira muitas substâncias diferentes. Isso inclui esporos de fungos, bactérias, proteínas animais ou vegetais. ou alguns produtos químicos. Pode vir de palha mofada, excrementos de pássaros e outras poeiras orgânicas.

Esta doença causa bolsas de ar nos pulmões. Isso leva à formação de tecido cicatricial fibroso nos pulmões, dificultando a respiração. Existem diferentes formas desta doença, dependendo da profissão.

Asma relacionada ao trabalho

Muito comum, essa condição não há quase ninguém que não tenha ouvido falar. Uma de suas principais causas é pela inalação de poeiras e vapores, e seus sintomas mais frequentes são tosse crônica e chiado no peito.

Embora ela possa ser revertida se diagnosticada precocemente, as pessoas que estão em maior risco são aquelas que trabalham em determinados ambientes, como: operações de fabricação, agricultura, cuidados com animais, processamento de alimentos, indústrias de algodão e operações de refino.

Gases tóxicos e outras exposições que você deve prestar atenção

Como dito anteriormente, o maior risco que um ambiente de trabalho pode oferecer à saúde respiratória de um trabalhador é a alta exposição a gases tóxicos e outros componentes químicos.

Alguns deles a princípio podem parecer inofensivos, mas com o tempo podem levar à infecções e outras doenças respiratórias. Separamos alguns deles:

1. Monóxido de Carbono (CO)

Por ser um gás incolor e sem cheiro, o CO pode provocar a morte quando inalado em grandes concentrações. O CO é conhecido como assassino silencioso porque pode matar uma pessoa sem que ela consiga sentir que está sendo envenenada. Por isso, muito além de causar doenças respiratórias, é importante estar atento aos níveis de CO de uma empresa.

O monóxido de carbono combina facilmente com a hemoglobina das células vermelhas do sangue, tornando-os incapazes de transportar oxigênio para os tecidos. Como a hemoglobina absorve o monóxido de carbono de cerca de 200 vezes mais rápido que o oxigênio, mesmo baixas concentrações é perigoso e pode levar a anoxia (asfixia/falta de oxigênio nas células), mesmo que haja suprimento de ar comprimido em quantidades adequadas.

Para se prevenir, você pode tomar as seguintes precauções:

  • Verificar o compressor regularmente para garantir que ele está em bom estado de conservação, com o óleo lubrificante adequado, na validade e que o sistema esteja sendo bem ventilado;
  • Instalar um sistema de filtragem de ar de alto desempenho. Em ambientes de trabalho com alto risco de captação de CO recomenda-se a utilização de um filtro especial para remover esse gás (catalisador de CO);
  • Jamais deixar máquinas com motor a combustão ligadas próximo as salas dos compressores. Caso existam máquinas próximo, garantir que o compressor faça a tomada de ar de um lugar mais alto e com menor possibilidade de contaminação;
  • Instalar um detector de monóxido de carbono de alta qualidade e confiança com alarme sonoro e visual que deve ser acionado quando os limites ocupacionais vigentes (ABNT NBR 12543, 1999 / RDC 50 – ANVISA / NR 15) forem atingidos.

2. Gases provenientes da Névoa de Óleo

Os vapores provenientes do óleo lubrificante podem contaminar o sistema de ar respirável nos ambientes de trabalho.

Para se ter uma ideia, de acordo com a Administração de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHA), agência do governo americano, foi identificado que alguns óleos minerais podem ser não apenas cancerígenos, como também podem causar danos no sistema respiratório dos indivíduos com exposição diária.

A exposição em longo prazo pode levar a várias doenças respiratórias, como: bronquite, asma brônquica, tosse crônica, dificuldade para respirar e em alguns casos pode desencadear uma pneumonia lipoídica.

Para se prevenir de potenciais doenças respiratórias causadas por essa exposição, a OSHA determinou um padrão de exposição máxima de 5mg/m3 de ar, para uma jornada de trabalho de 8 horas.

Para níveis acima desse valor, é recomendado investir em um detector de névoa de óleo, além de um conjunto de filtros para as máquinas que dispersam esses vapores orgânicos mais voláteis.

3. Isocianato em processos de pintura

Hoje em dia, quase todas as oficinas possuem tintas e vernizes contendo endurecedor isocianato, e mesmo aquelas à base de água também podem conter o composto químico, uma vez que ele está presente na maioria dos catalisadores como primers (bicomponentes), acabamentos e vernizes.

Ao se pulverizar tinta em cabines fechadas, por exemplo, a névoa de isocianatos pode ser inalada e causar doenças respiratórias crônicas como asma, rinite e bronquite. Um trabalhador exposto ao isocianato tem cerca de 80 vezes mais probabilidade de obter asma do que o trabalhador não exposto ao risco.

Para prevenir esse risco, recomenda-se a utilização de Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs) que garantam que o aerodispersóide não atinja as vias respiratórias, pele e olhos durante o uso.

>> Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs): quando utilizar e quais são os principais tipos <<

4. Vapor de água em excesso

A água não é um composto tóxico, afinal é essencial para o nosso corpo e nossas funções vitais. No entanto, em seu estado gasoso e em grande volume sob grande exposição, os efeitos nocivos começam a aparecer.

Isso porque a água aglutina e arrasta misturas de óleo, particulados e aerodipersóides presentes na admissão do ar, desprendidos da unidade compressora e do reservatório de ar.

Além disso, essa condensação ajuda na proliferação de fungos e bactérias que também contaminam a rede de ar comprimido e podem inclusive se proliferar no interior dos filtros do ar respirável, caso o sistema não conte com um secador de ar comprimido adequado para a aplicação.

A exposição constante e excessiva ao vapor de água pode causar doenças respiratórias, como a pneumonia e até mesmo a tuberculose em casos mais graves. Por isso, é de suma importância que, em lugares muito úmidos, haja um controle da umidade do ar e do vapor de água, bem como o uso de máscaras que filtram o vapor em excesso.

Como é possível analisar, os riscos de doenças respiratórias causadas por exposição no ambiente de trabalho estão presentes em quase todas as indústrias, e é preciso tomar atenção para que eles não ocasionem malefícios aos trabalhadores a longo prazo.

Uma das maneiras de abordar esse tema de maneira eficaz é capacitando os colaboradores das empresas de acordo com as normas vigentes.

Nele, abordamos sobre prevenção de doenças respiratórias, diretrizes e aspectos técnicos de adotar uma abordagem eficaz para prevenir doenças respiratórias em ambientes de risco.

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