Os riscos para a saúde de quem trabalha sentado

Vivemos em um mundo corporativo, onde as pessoas não encontram tempo para exercícios físicos ou de lazer e, cada vez mais, correm contra o relógio. As profundas mudanças trazidas pelo século XXI no estilo de vida e organização social criam empregos que envolvem pouca ou quase nenhuma atividade física, trazendo então riscos para saúde de quem trabalho sentado, vejamos quais são eles:

A maior parte das pessoas trabalha em escritórios e consultórios, entre seis e oito horas, e permanece sentada ao longo da jornada diária.

O sedentarismo é uma das principais causas do aumento no número de mortalidade e obesidade em todo o mundo. Estudo realizado pelo Archives of Internal Medicine aponta que ficar sentado por mais de onze horas por dia pode dobrar o risco de morte nos próximos três anos. O estudo trata de pessoas com mais de 45 anos de idade, mas jovens também devem se preocupar, pois basta ficar sentado por 6 horas diárias para aumentar em 40% os riscos nos próximos 15 anos.

Dentre os problemas trazidos à saúde, selecionados os mais comuns entre os profissionais que trabalham sentados:

Problemas cardiovasculares

O maior prejudicado com a falta de movimentação do organismo é o coração. A inatividade provocada pelo excesso de tempo sentado aumenta o nível de resistência à insulina e de gordura no sangue, o que faz com que o bombeamento ocorra de maneira ineficiente pelo corpo. Assim, aumenta-se o risco de infarto, derrame ou morte súbita. Isso porque, após duas horas sentado, o colesterol bom, que evita a formação de placas de gordura nas artérias, diminui 20%.

Maior risco de obesidade

Assim que você se ajeita na cadeira, uma série de procedimentos negativos é iniciada no corpo. Uma delas, é a queda na queima de calorias que passa a ser de uma por minuto. Por este motivo, é comum o aumento no número de casos de obesidade e sobrepeso entre as pessoas que trabalham sentadas.

Problemas de coluna

A maior consequência de ficar muito tempo sentado reflete na coluna vertebral. Quando sentamos, os discos intravertebrais, responsáveis pelo amortecimento de impactos dos movimentos, ficam pressionados e causam inflamações nos nervos, dor nas costas e desvio postural.
A rotina de permanecer sentado por longos períodos poderá acarretar problemas mais sérios como hérnia de disco.

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Dores e fadigas musculares

Ao permanecer muito tempo sentado, a atividade elétrica dos músculos da perna é cessada, além das costas, pescoço e glúteos que também são afetados.

E ainda existe um inconveniente: os problemas não podem ser resolvidos apenas com exercícios físicos. Estudo desenvolvido pela Universidade de Sydney mostra que os efeitos nocivos existem mesmo para os indivíduos que costumam praticar atividades regularmente. Apesar dos exercícios e boa alimentação, os riscos só poderão ser amenizados diminuindo o período em que ficamos sentados.

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Como a Medicina do Trabalho pode ajudar

Exercícios simples como alongamentos e espreguiçar aliviam as dores e dão oxigenação ao organismo. Pausas de cinco minutos a cada hora são importantes para alongar o pescoço e pernas. Esse descanso ajuda a diminuir a circunferência abdominal, o índice de massa corporal (IMC) e os níveis de glicose no sangue.

Também é fundamental que o empregador tenha o apoio de uma equipe especializada em Medicina do Trabalho para garantir o bem-estar dos funcionários.

Essa equipe poderá fazer palestras sobre a importância das pausas ao longo do expediente e estimular a prática de exercícios laborais para evitar os problemas de saúde.

A diminuição do tempo em que se permanece sentado por dia é uma forma de aumentar a longevidade e garantir a saúde dos funcionários, mantendo-se a produtividade e reduzindo os índices de absenteísmo.