EaD no Brasil: ainda existe preconceito?

O EaD no Brasil cresceu exponencialmente nos últimos anos, mas ainda sofre muito preconceito. Para se ter uma ideia, o país teve um crescimento de 300% de alunos matriculados em cursos à distância em 2010 – um número bastante relevante se levarmos em consideração que apenas em 2003, a EaD respondia a apenas 1,27% do total de matrículas de graduação no Brasil.

EaD no Brasil preconceito

Mesmo com o ‘boom’ que a modalidade de ensino teve nos últimos dois anos devido à pandemia de Covid-19, que obrigou que a maior parte das atividades fossem realizadas de maneira remota, inclusive o ensino, ainda hoje existem muitas pessoas que preferem voltar ao modelo presencial de ensino por uma questão de preconceito com a EaD.

O Minidicionário Compacto da Língua Portuguesa define preconceito como uma “opinião formada sem reflexão”, um convencionalismo criado a partir de opiniões pré-concebidas ou por uma superstição a muito tempo incrustada na sociedade. Dependendo do contexto, o preconceito pode ter tanto um caráter positivo quanto negativo – porém, na maioria das vezes, as características negativas e pejorativas sobrelevam-se às demais.

Quais são os principais preconceitos contra a EaD no Brasil?

No artigo “Preconceito dos brasileiros contra a educação à distância”, publicado no Convibra – Congresso Online de Gestão, Educação e Promoção da Saúde, Marschisotti, Bayma de Oliveira, Tostes dos Santos e Lukosevicius (2016) o preconceito que ainda existe contra o modelo EaD “é caracterizado pela resistência em relação aos novos recursos tecnológicos necessários para execução dessa modalidade de educação”.

No estudo, que contou com a participação de 100 respondentes sobre o tema, 78% acreditam que existe preconceito contra a EaD por conta de algumas razões, que podem ser resumidas assim:

  • Falta de confiança por parte dos atores envolvidos, pela sensação de que há fraude, falta de controle ou mesmo de respaldo das instituições que promovem esse tipo de educação. Alguns ainda acreditam que o diploma “vale menos” do que o de um curso presencial, ou até mesmo que sejam corruptos;
  • Pouco conhecimento sobre essa modalidade que, embora esteja em plena ascensão, não é algo novo. Apesar disso, muitas pessoas ainda acreditam que não seja tão bem consolidado quanto o ensino presencial;
  • O corporativismo dos professores e treinadores em geral, que apontam que o modelo EaD é um risco à manutenção do seu status quo conquistado ao longo do tempo nos cursos presenciais.

Estes são apenas alguns dos muitos preconceitos identificados no artigo, mas que se destacam porque ainda são muito disseminados entre pessoas que estão em busca de um curso ou de uma capacitação, e se deparam com os cursos online.

A Beta Educação é uma plataforma de ensino de cursos e capacitações online em Saúde e Segurança do Trabalho com a garantia de qualidade no seu ensino e que aposta na EaD justamente por trazer muitos benefícios, tanto para as empresas quanto para os colaboradores que desejam se capacitar.

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Pensando nisso, e com a expertise que temos sobre o tema, separamos alguns Mitos x Verdade sobre a EaD a partir da pesquisa acima, e explicamos por que o modelo de ensino à distância não apenas é confiável, como também pode ser benéfico para os seus atores. Confira:

Mito x Verdade: EaD

“Por ser online, o aluno pode fazer de qualquer jeito, copiar da internet, ou simplesmente ir pulando as páginas até o final”

Por mais que o ensino EaD seja mais flexível, isso não significa que o aluno vá sair com um diploma nas mãos fazendo as atividades e exames sem nenhum respaldo. Por exemplo, os cursos de capacitação em Saúde e Segurança do Trabalho da Beta Educação possuem limitação de acesso a módulos quando possuem mais de 8h de duração.

Além disso, também inserimos provas durante os módulos. Sendo assim, se o aluno não for bem, ele simplesmente precisa fazer o treinamento todo novamente – o que exige uma atenção a mais durante todo o processo do curso.

“Por contar com recursos tecnológicos, há muitas distrações para os alunos que optam por estudar em modelo EaD”

Sim, o ensino à distância exige que os alunos eliminem o máximo de distração possível. No entanto, mesmo quando falamos sobre o ensino presencial, é comum que os alunos tenham inúmeras distrações: conversas paralelas, constantes verificações ao celular, e assim por diante.

O empenho do aluno não depende do meio tecnológico que está sendo utilizado. Tanto é que o modelo remoto de ensino, como o EaD e o e-learning, permite que os professores e capacitadores utilizem uma gama de recursos para prender a atenção dos alunos que o presencial antes não permitia.

“O ensino à distância pode tirar o emprego de um professor ou de um capacitador”

Esse é um pensamento muito comum com qualquer tecnologia nova que surja no mercado, e é um mito que deve ser desmentido sempre que possível. No caso do ensino à distância, assim como em tantos outros casos, a necessidade de um professor ou instrutor será sempre necessária. Seja para lecionar, ou então para tirar dúvidas em fóruns de discussão.

Para pessoas que ainda têm uma visão arcaica do ensino, isso pode parecer difícil, pois o presencial facilitava o controle dos alunos. No entanto, mais e mais na educação o professor é visto como um facilitador de conhecimento e um mentor de habilidades do que necessariamente alguém que só delega tarefas e corrige exames – e, no ensino remoto, isso não é diferente.

“O EaD só cresce porque é mais acessível, dá mais flexibilidade aos estudos e possibilita estudar de qualquer lugar”

Sim, é verdade que o EaD é uma das modalidades que só tem crescido mais ultimamente porque diminui os custos, traz mais flexibilidade de ensino e tem um custo-benefício mais valioso do que muitos cursos presenciais. A verdade é que o EaD não apenas flexibilizou o modelo de transmissão de conhecimento, como também aumentou o acesso de pessoas que antes não poderiam ter acesso a determinados cursos, seja devido à localização geográfica ou à disponibilidade de tempo.

Porém, é preciso levar em consideração que quem faz o curso também é o aluno. À mesma medida que só é possível ter bom desempenho com um ensino adequado, o aluno precisa levar em consideração que o desempenho é equivalente à medida do seu esforço, independente da situação.

Como reitera a Prof. Dra. Gláucia Brito, da Universidade Federal do Paraná, “é necessário que os alunos repensem seus papéis também, pois quando este opta por matricular-se num curso a distância suas atitudes devem ser diferentes e ampliadas em relação a um curso presencial. O aluno precisará ter autonomia, saber organizar e gerir o tempo e espaço, além de estar aberto para aprender, questionando as certezas que possui, pois a aprendizagem é um processo dinâmico e contínuo, que acontece na relação com os outros”.

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