Os riscos dos combustíveis para saúde dos trabalhadores

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Hoje vamos falar de uma atividade de risco, isto porque, seu ambiente envolve uma série de substâncias que a longo e curto prazo podem acarretar doenças e problemas de saúde. Veja a seguir os riscos dos combustíveis para saúde dos profissionais que trabalham com esta substância.

Postos de abastecimento possuem uma característica exclusiva, o cheiro de combustível! muitos brincam falando que adoram o cheiro, outros nem tanto. Mas será que seria tão agradável inalar estes combustíveis todos os dias? Quais são os danos e riscos que este contato pode trazer?

Vamos entender melhor, a principal substância que compõe os combustíveis é o benzeno, de característica incolor e altamente cancerígeno, ele pode causar desde dores de cabeça até problemas mais graves como anemia, danos neurológicos, infecção pulmonar e a diminuição do sistema imunológico.

Já o contato da substância com a pele pode causar leves queimaduras, ressecamentos e em casos mais graves pode desenvolver problemas como dermatite.

Existem estudos inclusive que afirmam que quando a gasolina é inalada em condições crônicas, pode até afetar o comportamento das pessoas, como passar a ter maior nível de agressividade, ansiedade e mais!

Os riscos não são resumidos pelo contato físico ou pela inalação, mas também pelo alto risco de explosão, isso porque os postos de abastecimento possuem uma alta circulação de gases inflamáveis e as fontes de ignição são a das mais variadas. Estes riscos podem afetar não só os frentistas, mas também os lavadores de carro, os atendentes de lojas de conveniência dos postos os funcionários administrativos e os moradores da redondeza.

Frentista tem adicional de periculosidade ou de insalubridade por lidar com combustíveis diariamente?

De acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a insalubridade é caracterizada quando o empregado está exposto, durante o dia a dia de trabalho, a agentes nocivos à saúde como produtos químicos, ruídos, exposição ao calor, dentre outros. Para que o profissional receba este adicional, ele deve comprovar através de um laudo pericial que está exposto a agentes nocivos acima do nível permitido pela NR-15.

Já a periculosidade está relacionada ao risco de vida em que o trabalhador fica exposto para executar sua função, isso pelo fato da grande chance de explosão de seu posto de trabalho. Neste caso o frentista tem direito ao adicional de periculosidade de 30% conforme o que determina a CCT.

Veja também o post: “As diferenças entre insalubridade e periculosidade”

O relato de Nayne Alves segundo a revista Caleidoscópio

A revista Caleidoscópio retrata a história da ex-frentista Nayne Alves, 32, que trabalhou quatro anos em um posto de combustível situado no complexo habitacional Benedito Bentes. Ela conta em sua entrevista que começou a trabalhar no posto de combustíveis sem experiência e sem o curso da NR-20 exigido pelo MTE.

A ex-frentista afirmou que nunca obteve orientações e que usava apenas uma flanela para limpar o combustível que as vezes sujava os carros ao abastecer, os únicos EPIs que o empregador entregou de fato foi a bota e o fardamento, mas não foram suficientes. Assim que começou a trabalhar, Nayne sentia muitas dores de cabeça e náuseas, mas não parou por ai, quando conseguiu o trabalho de gerente, se sentia muito estressada pela alta cobrança da chefia, na entrevista ela conta que na loja de conveniência onde era obrigada a contar item por item, foi informada que se houvesse incompatibilidade com as caixas, o valor seria descontado de seu salário.

Somando todos esses anos de sofrimento, Nayne já sentia que dores de cabeça e náuseas faziam parte de sua vida, até que um dia não teve condições de levantar da cama, foi ao médico e recebeu o diagnóstico de uma grave pneumonia e uma bactéria em seu sangue.

O médico constatou que a causa da pneumonia vinha da inalação das substâncias combustíveis e a bactéria proveniente da água contaminada do próprio posto. Nayne descobriu que o reservatório de água ficava ao lado de uma caixa de esgoto, que veio a estourar e contaminar o líquido, a bactéria era o resultado da consumação diária deste líquido.

Infelizmente a empresa se negou a arcar com os custos do tratamento, que então foram cobertos pela própria família de Nayne. Quando voltou a rotina de trabalho, foi informada que seria desligada da empresa e que receberia apenas o valor de R$600, na época entrou na justiça e conseguiu negociar o valor de R$ 2 mil.

Esta é ainda uma realidade de muitos frentistas, é preciso conscientizar os trabalhadores sobre seus direitos e sobre as normas, cobrando também dos donos para fornecer a informação e cumprir com suas responsabilidades. Vale lembrar em sempre ficar atento também aos agentes que podem causar combustão.

Para combater estes riscos no mínimo deve-se utilizar uma máscara para inalação de vapores orgânicos, óculos protetor e botas de segurança, porém muitas vezes os EPIs e as normas são deixadas de lado, não só pela negligência do empregador, mas também pela falta de informação dos colaboradores ou pela falta de equipamentos.

Como vimos, o ambiente dos postos de abastecimento são zonas que podem provocar sérios riscos e perigos para a saúde, por este motivo a lei determina que os trabalhadores recebam um adicional de periculosidade, que corresponde a 30% do salário base.

A multa para postos que não cumprem com esta regra pode variar de R$ 400,00 a R$ 6.000 dependendo do caso.

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6 respostas para “Os riscos dos combustíveis para saúde dos trabalhadores”

  1. […] >> Fique por dentro dos riscos dos combustíveis para a saúde dos trabalhadores << […]

  2. Bom dia, sou frentista a alguns meses e durante minha estadia na empresa me acometeu man hás do tipo ressecamento na pele e um claramente ao longo da face.
    Pode me informar se tenho algum tipo de alergia por esta exposto à substâncias na gasolina

  3. […] >> Conheça os riscos dos combustíveis para saúde dos trabalhadores << […]

  4. […] >> Conheça melhor os riscos dos combustíveis para saúde dos trabalhadores << […]

  5. Avatar de Marli Carvalho
    Marli Carvalho

    Meu marido faleceu com apenas 45 anos de idade,toda vez que o caminhão de combustível vinha fazer o abastecimento, ele tinha que subir em cima do caminhão e conferir o nível do combustível,ele chegava em casa com a pele toda pipocada e com enjoo igual mulher grávida, até começou desenvolver vários tipos de doenças, teve artrite reumatoide, vasculite, problemas no fígado, baço, morreu com problemas pulmonar, se eu pudesse da um conselho para todos os frentistas usa máscara, pois eu tenho certeza que aquelas cicatrizes pelo corpo do meu marido era por causa dos produtos químicos do combustível! E o médico também falou que aquelas manchas terríveis nas pernas era de contaminação.

  6. […] >> Conheça os principais riscos dos combustíveis para a saúde dos trabalhadores << […]

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